terça-feira, 15 de novembro de 2011

TIRANDO AS DÚVIDAS COM PROF.SAMPAIO-OS VÍCIOS DE LINGUAGEM

 
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Francisco Marques Sampaio(Prof.Sampaio)
Licenciado em Letras pela Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA e
 Pós-Graduando em Linguística Aplicada na Educação pela Universidade Cândido Mendes-UCAM/RJ.
Professor Efetivo das Redes Estadual e Municipal da disciplina de Língua Portuguesa, Redação e Literatura - EEM Coronel Apoliano e do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos - NEJA.

OS VÍCIOS DE LINGUAGEM

Um assunto bem interessante que nós escolhemos para esta seção são os vícios de linguagem. Acreditamos que tal matéria chama a atenção daquelas pessoas interessadas pelo estudo da língua portuguesa e aos curiosos “falantes” que utilizam muitas construções linguísticas inadequadas, as quais se desviam da norma padrão. Vamos começar definindo o que são VÍCIOS DE LINGUAGEM?
São erros contra qualquer norma da linguagem, tanto em relação às regras gramaticais quanto aos usos relacionados à clareza, concisão e eufonia (som harmonioso da frase). Geralmente alguns deles se repetem com tanta frequência ao longo dos anos, que acabam sendo incorporados à língua como variantes.
Saiba que há um valor sociocultural negativo (de desprestígio social) atribuído ao indivíduo ou ao grupo que faz uso frequente de vícios de linguagem. A palavra “vício” vem do latim vitium, cujo significado remete à ideia de falta, de defeito, de mancha ou de imperfeição quanto ao comportamento ou uso de algo. A ocorrência de vício de linguagem durante a conversação ou na escrita constitui fato que desabona o usuário da língua em diversos aspectos (intelectual, socioeconômico, político, religioso etc.) devendo ser, portanto, evitado, tudo bem?
São inúmeros os tipos de vícios de linguagem, vamos estudar o primeiro caso:
Barbarismos (desvios em relação à forma ou ao sentido de uma determinada palavra). Eles podem ser de vários tipos, a saber:

a) O barbarismo gráfico (por exemplos: escrever “analizar” e “excurssão” no lugar da escrita correta “analisar” e “excursão”; “derrepente” e “porisso” em vez de “de repente” e “por isso”; “cabelereiro” em vez de “cabeleireiro” e “exprimente” em vez de “experimente”.

b) O barbarismo morfológico (o plural de cidadão: “cidadões” em vez de “cidadãos”; a flexão de gênero: “mulher macha” no lugar de “mulher macho”, ou então, a flexão verbal, por exemplo, “se eu caber” ou “eu intervi” em vez de “se eu couber” ou “eu intervim”, respectivamente.

c) O barbarismo sintagmático (formado por sintagmas ou combinação de palavras), como por exemplos: “a grosso modo” em vez de “grosso modo”, “dar uma mão de pintura” em vez de “dar uma demão de pintura”, “a nível de” em vez de “em nível de”.

d) O barbarismo ortoépico (com relação ao equívoco na correta emissão de fonemas ou com relação ao timbre das vogais, é chamado de cacoépia (“destro /é/” em vez de “destro /ê/”; “robô” em vez de “roubou”, “veio” em vez de “velho”; “largatixa” em “lagartixa”, “mendingo” em vez de “mendigo”, “butijão” em vez de “botijão”, “familha” em vez de “família”.

e) O barbarismo prosódico (consiste no equívoco quanto à pronúncia da sílaba tônica, é também chamado de silabada. Ex.: (prêmio Nobel (vício) – prêmio Nobel (pronúncia correta); recorde e rubrica (vício) – recorde e rubrica (pronúncias corretas), respectivamente; gra-tu-í-to (vício) em vez de gra-tui-to (pronúncia correta).

f) o barbarismo semântico (ocorre quando se usa uma palavra ou locução que existe, mas com intenção de produzir um significado que não é o dela). Ex.: “adoçar o cheque” em vez de “endossar um cheque”; “preço caro” em vez de “preço alto”; “tem tudo haver comigo” em vez de “tem tudo a ver comigo”; “espinho de peixe“ em vez de “espinha de peixe”; “arreou a calça” por “arriou a calça” e “expedir o mandato de prisão” por “expedir o mandado de prisão”.

Agora, vamos dar uma olhadinha em alguns barbarismos semânticos mais frequentes (algumas expressões comumente confundidas):

ir de encontro: dar um encontrão (ideia de choque)
Ex.: O garoto foi de encontro à parede.

ir ao encontro: atender ou combinar (ideia de combinação)
Ex.: As suas ideias vão ao encontro das minhas, meu querido!

Na medida em que: já que, uma vez que (ideia de causa)
Ex.: Fui embora, na medida em que ele chegou me insultando.

À medida que: à proporção que (ideia de proporcionalidade)
Ex.: À medida que ele crescia, ficava mais bonito e simpático.

A cerca de: a uma distância aproximada, perto de (ideia de distância)
Ex.: Fiquei a cerca de um metro do abismo.

Acerca de: sobre, a respeito de (ideia de assunto)
Ex.: Durante a reunião falamos somente acerca de política local.

Há cerca de: faz, aproximadamente (ideia de tempo passado – verbo haver = fazer)
Ex.: Há cerca de dez anos que titio faleceu.

Senão: do contrário, caso contrário, de outro modo. (ideia de contraste)
Ex.: Fala logo, senão eu te mato...

Se não: caso não, na possibilidade de não (ideia de condição)
Ex.: Se não vier à festa, por favor, me avise com antecedência! (se, caso)

Senão: a não ser, exceto, fora, menos (ideia de exceção)
Ex.: Senão José e Claúdio, os outros devem vir à cantina pegar o lanche. (exceto)

Continuaremos nossa próxima aula falando acerca de preciosismos, plebeísmos e arcaísmos no contexto da fala, esses temidos vícios de linguagem que muita gente usa e não sabe que eles comprometem a clareza e a naturalidade da língua.

Até breve, curiosos de nossa língua portuguesa!

Um comentário:

  1. Segundo as denuncias das três ultimas postagens que chegaram a este blog a prefeitura é corrupta ou cometeu graves erros nos dados destinados ao TCM (Tribunal de Contas dos Municípios).
    O blog com o jornalismo serio que presta ao povo senadorsaense tanto dar o direito aos cidadãos de denunciarem quanto dar o direito de defesa aos denunciados, assim convido a todos citados nas respectivas denuncias a prestarem os devidos esclarecimentos, pois o blog em nenhum momento deseja cometer uma injustiça com qualquer um que seja.
    Os esclarecimentos nada mais são que explicações de "porque", "como" aconteceu se caso tenha acontecido um erro nos dados destinados ao TCM ou caso o blog tenha cometido qualquer tipo de injustiça.
    O blog vem mais uma vez informa-los caros leitores que o mesmo não simpatiza nem apóia nenhum partido politico e sequer algum candidato a cargos políticos no município de Senador Sá.
    O cartão vermelho senadorsaense tem como objetivo único e exclusivo informa e esclarecer os pensamentos dos senadorsaenses em diversos assuntos principalmente na politica o qual influencia significativamente na sociedade de nosso município e conseqüentemente em nossas vidas particulares.

    Cartão Vermelho Senadorsaense
    H. Jackson

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