Ao mesmo tempo em que vai se consolidando como febre nacional, o MMA convive, a cada dia, com a inevitável pecha de prática de violência barata. Essa semana, a associação ficou ainda mais em evidência, quando o maior ícone do esporte, Anderson Silva, deixou de lado toda a filosofia de esportividade das artes marciais ao declarar, de forma enfática, que iria 'quebrar' Chael Sonnen, com quem lutará pelo título dos pesos-médios do Ultimate Fighting Championship (UFC), no próximo dia sete de julho.
“Vou acabar com a cara dele e com cada um dos dentes da boca. Vou quebrá-lo inteiro. Ele vai apanhar muito, vai sair de maca", desabafou Anderson, como reação as provocações feitas a ele por Sonnen, que incluem provocações ao povo brasileiro e à sua própria família.
É ESPORTE OU NÃO?
“O MMA possui regras bem definidas, nada tem a ver com o antigo vale tudo onde praticamente não existiam proibições e as lutas não eram regulamentas por uma comissão atlética. No MMA existe antidoping, categorias de peso. Os atletas, antes das lutas, precisam passar por uma série de exames neurológicos e físicos provando assim que estão aptos a lutar”, explica Diego Sales, professor de muay thai.
O sócio-proprietário da BLEC, academia de artes marciais de Fortaleza, Bruno Leandro, avalia que Anderson Silva passou do ponto, mas que o seu discurso foi um ato isolado e que em nada ilustra a real importância do esporte. Para ele, é injusta qualquer associação do esporte com ato de selvageria. “Declarações nesse tom a gente vê em vários esportes que não tem nada a ver com luta. Surgem no calor do momento. Dizer que MMA não é esporte é estar mal informado. O verdadeiro MMA prega disciplina e respeito ao adversário” , diz.
O povo.
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