domingo, 26 de agosto de 2012

O SENADORSAENSE CAIO MAGALHÃES DA ENTREVISTA AO JANGADEIRO ONLINE.

Foto de R.Yguana.
O Ceará nunca esteve tão bem representado no Ultimate Fighting Championship (UFC), maior evento de MMA do mundo. Além de nomes como Thiago “Pitbull” Alves, Diego Brandão e os ex-TUFs Rony Jason, Godofredo Pepey e Renée Forte, o Senadorsaense Caio “Monstro” Magalhães desponta como uma das principais esperanças do Estado na busca por bons resultados.

Oriundo do Jiu-Jitsu, Caio, 24 anos, foi convidado para integrar o seleto grupo de lutadores do UFC quando tinha apenas cinco lutas no cartel (mas tendo no currículo o cinturão do Shooto Brasil), todas com vitória. Na ocasião, foi chamado para substituir o búlgaro Stanislav Nedkov, que enfrentaria o brasileiro Fábio Maldonado no UFC Rio 2, realizado no dia 14 de janeiro deste ano. O combate não aconteceu por conta da lesão do adversário poucos dias antes do evento.
A estreia aconteceu no UFC on FX: Johnson vs. McCall, no dia 8 de junho, contra o americano Buddy Roberts. O cearense acabou derrotado por decisão unânime dos jurados, mas teve um bom desempenho e ainda arrancou elogios do “big boss” Dana White.
Treinando forte em Fortaleza, o atleta representante da Dragon Fight/Nova União tem expectativa de voltar ao Ultimate em novembro, ainda sem adversário definido. Em entrevista ao blog Zona de Luta, o “Hellboy” (apelido adotado no UFC) falou sobre a nova fase da vida.
ZONA DE LUTA: VOCÊ CHEGOU A FAZER O TESTE DE SELEÇÃO PARA O TUF BRASIL E NÃO FOI APROVADO. VOCÊ FOI PEGO DE SUPRESA QUANDO SURGIU O CONVITE PARA ENTRAR PARA O UFC?
CM: Quando fiz o teste para o TUF, eu tinha feito há pouco tempo a minha luta no Shooto (contra Ismael de Jesus) e estava bem machucado. Passei na primeira fase mas caí na segunda. Mas eis que surgiu o convite para lutar no UFC Rio em janeiro contra o Fábio Maldonado. O Dedé Pederneiras (líder da Nova União) me ligou dizendo que tinha uma notícia boa e outra ruim. “A ruim é que você terá que vir para o Rio de Janeiro amanhã. A boa é que você vai lutar pelo UFC”, disse ele. Eu fiquei em êxtase. A luta seria uma categoria acima da minha, mas não estava nem aí, estava muito feliz por entrar para o UFC, eu queria estrear logo! O estilo do Maldonado casava com o meu, pois ele é um bom boxeador mas não tem um jogo de chão muito bom. Infelizmente a luta não aconteceu porque ele se lesionou.  Então, voltei para Fortaleza continuei treinando e esperando um novo convite.
ZONA DE LUTA: COMO ESTÁ CONCILIANDO A ROTINA DE TREINOS? ESTÁ DIVIDINDO A MORADIA ENTRE FORTALEZA E RIO DE JANEIRO?
CM: Na verdade eu passei cinco semanas sem treinar pois sofri uma lesão na virilha. Mas já estou há mais de um mês treinando pesado, aqui mesmo em Fortaleza. Treino de três a quatro vezes por dia, Jiu-Jitsu, Boxe, Muay Thai, preparação física…vou para o Rio apenas quando estou com luta marcada, geralmente umas sete semanas antes.
ZONA DE LUTA: COMO É TREINAR AO LADO DE CAMPEÕES COMO JOSÉ ALDO E RENAN BARÃO E UM TREINADOR CONCEITUADO COMO ANDRÉ PEDERNEIRAS?
CM: Sempre é um aprendizado muito grande. Lá, moramos todos juntos, eu, o Barão, o Ronny Markes. Vivemos em sintonia, vamos para nos desligar de tudo e focar 100% no treinamento. Quando temos luta marcada nossas vidas se voltam apenas para isso.
ZONA DE LUTA: VOCÊ IRÁ PASSAR UMA TEMPORADA NOS ESTADOS UNIDOS TREINANDO COM O GLOVER TEIXEIRA. COMO SURGIU O CONVITE?
CM: Conheço o Glover há muito tempo. Sempre quando eu viajava para o Rio de Janeiro para treinar na Nova União costumávamos treinar juntos, até porque somos mais pesados do que a maioria dos lutadores de lá. Ele chamou os amigos mais próximos para ajudar na preparação da luta dele contra o Rampage Jackson, que acontece no próximo UFC Rio, e vai ser uma experiência legal para mim também. O Glover é um cara que a mídia foi descobrir mais recentemente, mas é um lutador muito bom e que ainda vai dar muito o que falar.
ZONA DE LUTA: VOCÊ TEM PLANOS DE MORAR FORA?
CM: Sim, tenho. Não no Rio pois é fácil se deslocar daqui pra lá. Mas pretendo um dia morar nos Estados Unidos, pois lá é uma escola bem diferente. Quero fazer treinos intensivos de wrestling, a estrutura lá é diferenciada. Aqui tenho tudo o que preciso, mas lá a realidade é outra.
ZONA DE LUTA: VOCÊ É ORIUNDO DO JIU-JITSU, MAS TEM BUSCADO O NOCAUTE EM SEUS ÚLTIMOS COMBATES. DE QUE MODO VOCÊ ACREDITA QUE EVOLUIU COMPARANDO O CAIO DE HOJE E O CAIO DO COMEÇO DA CARREIRA?
CM: Na verdade eu procuro dançar conforme a música que toca. Desde os tempos em que competia no Jiu-Jitsu eu buscava finalizar logo, nunca fui de ficar na defensiva. Aprendi que a luta é o reflexo dos treinos e eu treino de tudo, mas geralmente eu procuro partir para a trocação para em seguida levar para o chão e conseguir a finalização.
ZONA DE LUTA: COMO FOI A SENSAÇÃO DE ESTREAR PELO UFC? É MUITO DIFERENTE DOS EVENTOS NACIONAIS ?
CM: A estreia é como um marinheiro de primeira viagem. É como ter o primeiro filho: ninguém sabe ao certo como é a experiência, mas quando se acostuma, é só mais um desafio. Quando você está preparado e está lá dentro do octógono, só você e o cara, é igual. É um trabalho como qualquer outro em que se você se sair bem, você cresce dentro da empresa, se não for bem, você é mandado embora. Mas a visibilidade é realmente impressionante. Fui recentemente aos Estados Unidos e as pessoas me abordavam no hotel em Las Vegas, me pediam para dar autógrafos nas luvas. E olha que eu perdi a minha luta, imagina se tivesse ganhado.
ZONA DE LUTA: OUVI FALAR QUE DANA WHITE O ELOGIOU APÓS O COMBATE CONTRA BUDDY ROBERTS. COMO FOI O CONTATO COM O CHEFÃO ?
CM: Logo após a luta o Dana me mandou um convite chamando para assistir ao resto do evento ao lado dele. Na hora fiquei tenso, fiquei com medo de ser demitido ali mesmo. Mas o Dedé [Pederneiras] me tranquilizou e disse que se ele fez aquilo é porque gostou da luta. Eu fui, o Joe Silva (responsável pelo casamento das lutas) nos apresentou e ele disse que gostou do meu desempenho e queria me ver lutando mais vezes. Ele me elogiou por ser jovem, ter apenas cinco lutas na carreira e ter feito um combate disputado. No dia seguinte, ainda mandou um bônus para o meu quarto do hotel.
ZONA DE LUTA: COMO VOCÊ AVALIA A SUA ESTREIA CONTRA BUDDY ROBERTS?
CM: Acho que pesou o fator estreia, fiquei nervoso. Não consegui aplicar o meu jogo direito, só consegui derrubá-lo no terceiro round. Acho que tenho mais a mostrar. Mas mesmo assim não fiz uma luta ruim, andei o tempo todo para frente, enquanto ele aproveitou os contra golpes. Só senti de verdade um soco, no primeiro round, que talvez tenha impressionado os juízes.
ZONA DE LUTA: HÁ PREVISÃO PARA UM NOVO DESAFIO ?
CM: Devo estar voltando a lutar pelo o Ultimate em novembro. O Dedé me ligou perguntando se eu estava treinando forte, eu disse que sim, e ele falou que devemos ter novidades em breve. Em novembro terá um evento na China e outro em Las Vegas, provavelmente eu estarei em um deles.
ZONA DE LUTA: VOCÊ PRETENDE CONTINUAR NA CATEGORIA PESO MÉDIO (ATÉ 84KG) ?
CM: Sim, pretendo. Quando eu disputava no Jiu-Jitsu lutava até no peso absoluto, com adversários com mais de 100kg, mas já estou habituado a bater 84kg desde antes de estrear no UFC. Antes, eu jamais imaginaria que conseguiria bater 84kg, pois peso normalmente cerca de 95kg ou 96kg. Mas me disseram que dava, tenho conseguido e tenho me sentido bem na categoria, até porque a maioria dos adversários também perdem muito peso para o dia da pesagem. E olha que nem sofro tanto, só o normal.
ZONA DE LUTA: QUAIS LUTADORES DO CEARÁ, NA SUA OPINIÃO, TÊM CONDIÇÕES DE CHEGAR AO UFC ?
CM: Temos lutadores muito bons, mas hoje aponto o Carlos Índio, um atleta experiente que já luta há muitos anos e tem experiência internacional (já lutou no Bellator) e o Carlos Eduardo Cachorrão, que recentemente foi campeão do Shooto Brasil.
ZONA DE LUTA: COMO VOCÊ ESTÁ LIDANDO COM O RECONHECIMENTO? SUA VIDA MUDOU MUITO ?
CM: Como o Dana White me falou: “você não é só um lutador, você representa o UFC aonde vai”. Temos que ter cuidado com o que dissemos, temos que zelar pela imagem, mas quando você consegue o reconhecimento na sua terra, você se sente mais confortável. Continuo sendo a mesma pessoa de sempre e não tenho do que reclamar da minha vida. Quero aproveitar e deixar os meus agradecimentos para meus professores Danilo Dragon, Guilherme Santos, Grilo, Sazinho, Dédé Pederneiras, meu fisioterapeuta Ótono, meu empresário Tercio Fortes, meus patrocinadores banco BMG, North Shopping…é muita gente que me ajuda diariamente.
Jangadeiro online.

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