Uma
camada mais baixa da atmosfera contém bactérias que podem ter efeitos diversos
na meteorologia e no clima, revela uma pesquisa americana publicada na
segunda-feira (28) na revista "Proceedings of the Natural Academy of
Sciences" (PNAS).
Segundo
os autores, um dos interesses da descoberta na troposfera é que esses
micro-organismos poderiam ter um papel importante na formação de gelo nas
nuvens. Algumas dessas bactérias também seriam capazes de metabolizar os
componentes de carbono presentes na atmosfera, derivados sobretudo das emissões
de dióxido de carbono (CO2), principal gás causador de efeito estufa.
Além
disso, o deslocamento de bactérias pelo vento a longas distâncias poderia ser
levado em conta no estudo de transmissão de doenças infecciosas entre os seres
vivos.
"Não
esperávamos encontrar tantos micro-organismos na troposfera, considerada um
ambiente difícil para vida", disse Kostas Kostantinidis, professor adjunto
do Instituto de Engenharia da Géorgia (conhecido como Georgia Tech), no sudeste
dos EUA, e um dos principais autores do estudo.
"Parece
existir uma diversidade bem grande de espécies na troposfera, mas nem todas
sobrevivem à parte mais alta dela", acrescentou. Foi analisada uma faixa
entre seis e dez quilômetros de altitude.
Os
cientistas ainda não sabem se essas bactérias vivem permanentemente nessa área
da atmosfera – em partículas de carbono em suspensão – ou se ficam ali
temporariamente após ser transportadas pelos ventos que vêm da superfície da
Terra.
A
equipe coletou amostras do solo e dos oceanos, sobretudo no mar Caribe e em
algumas partes do Atlântico, durante e após a passagem dos furacões Earl e Karl
pela região, em 2010.
Os
micro-organismos foram coletados em amostras de ar levantadas por um jato, em
um programa de pesquisas da agência espacial americana (Nasa) destinado a
estudar as massas de ar em baixas e altas altitudes e o vínculo delas com as
tempestades tropicais.
Filtros
contendo essas bactérias foram avaliados com técnicas de sequenciamento
genético que permitiram identificá-las e calcular sua quantidade. O estudo
mostrou, ainda, que esses micróbios representaram, em média, 20% de toda a massa
de partículas das amostras. Ato todo, os micro-organismo tiveram 17 variedades
enumeradas.
Do
G1.
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